Sunday, January 3, 2010

Até qualquer dia

"Se calhar, as estrelas só estão iluminadas para que, um dia cada um de nós possa encontrar a sua."

in O Principezinho


Friday, January 1, 2010

Nem Sempre Sou Igual

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.
Mudo, mas não mudo muito.
A cor das flores não é a mesma ao sol
De que quando uma nuvem passa
Ou quando entra a noite
E as flores são cor da sombra.
Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.
Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:
Se estava virado para a direita,
Voltei-me agora para a esquerda,
Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés
O mesmo sempre, graças ao céu e à terra
E aos meus olhos e ouvidos atentos
E à minha clara simplicidade de alma ...



Alberto Caeiro
O Guardador de Rebanhos

Decisões

Tenho uma "to do list" para o ano 2010.
A primeira da minha (nova) vida.


Tuesday, December 29, 2009

Se eu hoje fosse uma música ...

O que mais temes não tem poder nenhum - é o teu medo que tem poder.


Oprah Winfrey

Natal 2009

NATAL 2009

a árvore da mamã :)

Hoje foi dia de vacina

A manhã nem começou mal, ela acordou surpreendentemente bem-disposta. Coisa rara. Em dias de escola, nunca quer sair da cama. É sempre um filme arrancá-la dos lençóis. Mas como lhe falei na prima Joana, saltou de contente.
Entretanto achei melhor dizer-lhe porque é que íamos ter com a prima ao posto médico. Expliquei-lhe que iam as duas levar a vacina da gripe. Foi nesse preciso momento que começou o drama. Fomos para o posto artilhadas de barbies e afins. Quando a enfermeira (muito simpática, por sinal) lhe disse o que ia acontecer, a coisa deu-se. Berros, gritos e pontapés. Tudinho aquilo a que temos direito e que pertence a uma valente birra.
A vacina foi dada com uma enfermeira a agarrar-lhe os pés, eu a agarrar-lhe os braços e outra a dar-lhe a dita. Demorou uns 2 segundos. Mal ela se apanhou no chão, disse que se ia embora. E assim foi. Começou a correr despida, pelo centro fora. A chorar e a refilar... a dizer mal da vida.
Quando finalmente a consegui apanhar, informou-me que nunca mais ia falar comigo. "NUNCA MAIS, MÃE! JÁ NÃO SOU TUA AMIGA."
E ficou assim, a pensar na vida, debaixo de uma mesa. E eu sentada ao lado dela, a pensar na minha vida também.
Nestas alturas o melhor que tenho a fazer é dar-lhe tempo. Deixá-la chorar. Até começar a acalmar e ai consigo conversar com ela.
Fomos para o carro ainda zangadas. Chamou-me de Má. "TU ÉS MÁ, MESMO MÁ."
Chegámos ao colégio e perguntei-lhe se podíamos fazer as pazes. Fez beiço. Disse que não. Levei-a ao colo. Aconcheguei a birra. Ficou feliz no colégio e despediu-se de mim com um beijinho e disse-me baixinho e entre dentes qualquer coisa como "JÁ SOU TUA AMIGA."

Para o mês que vem há mais. MEDO.




Sonhos

_Boa noite pequenina. Dorme bem, sonha com coisas boas...

_ Sim, mãe. Vou sonhar com cavalos.


Saturday, December 26, 2009

Coisas de outro mundo

Já não bastava o piano semi esganiçado de tanta pancada, a viola sem duas cordas, o pífaro que era do meu primeiro ciclo e o jambé que está na moda (ah pois está claro!!!)...

...este Natal, ofereceram-lhe um microfone. Esperem... não é um microfone qualquer. É um microfone que tem músicas já gravadas e que grava também as "performances" musicais da minha filha.


(e agora pergunto eu: oferecem estas coisas, porque não vivem cá em casa? certo? )

Sentimentos (parte 40.000)

É uma da manhã. Uma e meia para ser mais precisa. Ando "práqui" sem sono. Sem sono e sem vontade de dormir. Estou a ressacar o Natal que passou, a amigdalite que ainda tenho e gostava de arrancar do peito todas as coisas que tenho para dizer. É crónico. Basta ler alguns textos antigos. Ando sempre assim, com muita vontade de muita coisa, que por algum motivo, que nunca sei bem qual, nunca passa da vontade. E para ser mesmo igualzinho aos outros anos, tenho de dizer que para o ano é que é. Para o ano é que é, e muita coisa vai mudar e blá, blá... whiskas saquetas. Isto é mais ou menos a forma que eu arranjo de dizer, ora então até qualquer dia. Lá mais para a frente, mas certamente igual a este.
Mas este, até que foi um dia especial. Igual aos meus outros dias especiais. Aquele grupo de dias em que a magia acontece aqui por casa. Em que eu olho para ela e vejo (mas vejo mesmo) que ela está a crescer. E que ela olha para mim e vê que eu estou mesmo aqui. E depois, há qualquer coisa que nos diz que o importante é parar tudo e dar um abraço. Aquele. E o tempo quase que pára. O coração acelera e nunca consigo conter as lágrimas, quando ela me diz. "Sabes mãe, és a melhor mãe do mundo." Se tu soubesses, meu amor, que quando me dizes isso, me sinto sempre bem mais pequenina do que tu. Completamente indefesa. E depois abro os olhos e não estou a dormir, mas também nunca tenho os pés no chão.
Assim desaparecem algumas preocupações. Gostava de um dia, te conseguir explicar, que tudo o que faço é de alguma maneira a pensar no enorme, gigante, incondicional, imortal, esmagador e crescente amor que sinto por ti.