Dias

Estou de volta ao trabalho. Já voltei há quase duas semanas. Demorei a acreditar e, por isso, escrever que voltei para o trabalho é algo doloroso. Para mim é uma derrota, porque sempre achei que ia dar voz e espaço aos meus sonhos. Mas de pés acentes no chão e ao fim de quase dois meses, voltei a sentar-me na secretária em frente à parede branca. Tudo para além desta parede, que confirmo ser branca, se passa nas minhas costas. Dói.
No meu monitor, em plano de fundo, estás tu, minha linda, linda filha.

O meu plano acaba em Dezembro.

Calma

Ofereci-lhe uma terra

Depois de muito tempo a ouvir o amigo Digo a falar sobre a terra dele, perguntou-me porque é que ela não tinha nenhuma Terra. Mal ela me falou nisto, eu lembrei-me que era um dos meus grandes traumas de infância: não ter uma terra como todos os outros meninos. Para ir passear, ver os animais, estar com os amigos e com os avós.
E , por isso, disse-lhe que lhe ia oferecer uma terra. Fizemos as malas e fomos para o Alentejo, para a casa de uns vizinhos nossos. Ela adorou, fez tudo o que tinha direito e ainda me agradeceu muito, muito por estar ali.

_Mãe vou dizer a toda a gente que a minha terra tem ovelhas, galinhas e patinhos...

Acho que foi uma boa solução e saímos todos a ganhar. Afinal, a nossa terra pode ser qualquer sítio que guardamos num lugar especial no nosso coração.