Thursday, November 26, 2009

Tenho amigos muito especiais

Obrigada Sara, por escreveres assim, com tanta sabedoria, o que eu muitas vezes sinto e não sei como colocar em palavras. Vai ficar aqui no meu cantinho, para eu nunca me esquecer


"Sonhava
desde miúda ter muitos filhos. Imaginava quatro, cinco... .
Quando decidimos engravidar percebemos que os sonhos muitas vezes são isso mesmo, apenas sonhos. Estão condicionados a circunstâncias e, acima de tudo, ao que Deus quer.
Quantas vezes os nossos sonhos não são os de Deus... e teimamos em algo que, realizando-se, não seria um sonho mas poderia ser um grande pesadelo.
Sonhar os sonhos de Deus. A marca deste mês. Abandonar sonhos pode ser custoso, mas é passo essencial. Dar o centro a Quem tem de estar no centro. O resto é Ele que decide! Estamos em boas mãos."

E hoje...

... a minha rua cheira a lenha e eu estou em casa, a olhar "com olhos de ver" para as coisas que estão todos os dias à minha volta e que eu nunca vejo.

Hoje estou feliz. Há coisas muito simples que me fazem muito feliz.

O meu metro de filha

Não me podia esquecer de registar isto aqui. A pirralha cá de casa já tem um metro, qualquer dia está do tamanho da mãe.
Portou-se lindamente na consulta de rotina, ajudou em tudo e ficou muito contente por "estar muito alta e a crescer muito bem". Tão contente que no longo caminho para casa a conversa começou assim:

_ Tou cheia de fome mãe.
_ Eu também... mas está tanto trânsito. Temos de ser pacientes.
_ Mas olha, eu hoje vou jantar fora.
_ Ai vais? (glup)
_ Vou. Podes deixar-me em casa do Digo.
_ Desculpa?????
_ Ó mãe, tens de perceber que hoje não tive tempo nenhum no recreio da escola e já estou cheia de saudades dele. Saudades... mesmo saudades. Por isso, acabou por aqui esta conversa. Vou e pronto. Eu já sou "muito alta e muito grande". Mando em mim e mando no meu cão.

( Silêncio e riso contido... esta miúda faz-me rir. Sorte tenho eu, de ela não dizer que manda em mim.)

Saturday, November 21, 2009

NY I (do) Love You



Fui ver ontem, sexta-feira às 21H30.
Estava a precisar de ver um filme básico. Daqueles que depois de espremido não dá sumo nenhum, mas que nos deixa simplesmente bem-dispostos. Eu queria ver uma história de amor perfeita que só o cinema nos oferece. Com um final estupidamente feliz.

Mas, em vez disso, fui ver o NY I Love You, que embora fale de amor, não tem nada de simples e básico. Estive até hoje para decidir se o tinha adorado, ou detestado. Mas um filme que me leva às lágrimas num segundo e no segundo seguinte faz-me soltar uma gargalhada, só pode ser genial. Ou isso, ou eu estou completamente desequilibrada. Talvez um pouco de ambas as coisas.

Depois do filme fiquei com a estranha sensação que algo de maravilhoso está para acontecer na minha vida.

Thursday, November 12, 2009

Beatriz

Tens andado muito refilona. Uma refilona impaciente. Achas-te muito grande e, por isso, qualquer contrariedade te irrita. Dizes que mandas nas tuas coisas, na tua roupa, no teu cabelo e nos teus brinquedos. Há dias em que chegas mesmo a dizer: “Quem manda em mim, sou eu.”
Não sei de onde vem esse teu feitio. Nem sei também, como te deixo dizer essas coisas vezes sem fim. E, não há castigo que te faça baixar esse tom de menina mimada. Respondo-te em tom baixo, mas acabo muitas vezes aos gritos. Custa-me pensar que passo muitos dias assim... a gritar contigo, por causa de coisas tão pequenas e insignificantes. Tempo que podíamos aproveitar de forma tão melhor. Ainda me custa mais, saber que um dia podes ver-me como uma mãe impaciente.
Há quem me diga que sou muito paciente, mas na minha auto-avaliação poucas são as vezes que encaixo nesse papel. Não sei como mudar isto. Não sei mesmo!
Tens gostos muito definidos. Há muito tempo que me pedes para andar de cavalo. Queres ter um cavalo, só teu! De preferência cor-de-rosa (mas um cavalo a sério). Acho que me pedes isso todos os dias. Queres também jogar golfe e continuar no ballet e na natação.
Faça chuva, ou faça sol, vais de galochas para a escola. Porque a Inês tem, porque queres saltar nas poças ou simplesmente porque sim.
Mas, és uma menina muito responsável. Nunca te esqueces do teu Tobias. De lhe dar de comer, de lhe dar os biscoitos, e de lhe dar todo o mimo que ele te pede (e mais algum que ele não pede).
És muito meiga. Muito, muito, muito. Todos os dias, na cama, dizes-me que eu sou a melhor mãe do mundo. E antes de adormecer dizes que me amas. Com aquele sorriso... aquele... E é sempre o sorriso, não é? E sempre com o sorriso que acabo os textos em que falo de ti.
Eu também te amo muito filha.

Tuesday, November 3, 2009

Música para os meus ouvidos

Todos os meus dias têm uma banda sonora. A música representa muita coisa na minha vida. Embora não tenha nada a ver com a minha profissão, é nela que eu vou, muitas vezes, buscar a inspiração.
Nos dias em que não me apetece ouvir nada, é grave. É sinal evidente de que algo está mal. Ando a sofrer de excesso de informação, quase, quase a ter uma overdose.
Podia arranjar uma música para levantar a moral, ou por outro lado, encontrar uma que me fizesse descarregar o vale de lágrimas que tenho dentro do peito.
Mas não... Nem uma coisa, nem outra. Estou num dia de perfeita inércia. Cansada, cansada... Farta do som dos telefones, das vozes dos meus colegas, dá rádio que toca lá longe, cheia de ruído. Dos gritos... Ai os gritos.
Apetecia-me atirar o telemóvel para a sanita, desligar todas as televisões e fechar os olhos uma semana. Um mês, talvez.
Sentir o silêncio seria como música para os meus ouvidos.